No dia 14 de dezembro (sábado), o projeto Memória dos Paladares realizou uma visita ao Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmo - Base avançada
de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP - é um órgão da Pró-Reitoria de
Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, situado
na divisa entre os municípios de Santos e São Vicente no estado de São
Paulo.
É o primeiro engenho de açúcar do país, e sua data de construção
remonta a 1534. Sendo assim a primeira fábrica que se tem noticia no
Brasil.
O engenho de São Jorge dos Erasmos, em Santos (SP), construído no século
16, se encontra em ruínas, mas é uma relíquia arqueológica capaz de
oferecer explicações sobre as origens da indústria brasileira e sobre o
cotidiano do trabalho no início da ocupação portuguesa do país.
Doado à USP em 1958, desde 2004 desenvolve vários
programas educacionais que buscam viabilizar o conhecimento a partir da
interdisciplinaridade, em vista do contexto histórico, geográfico,
arqueológico, social e ambiental em que as Ruínas estão inseridas.
O Engenho é um polo de realização de múltiplas
atividades profissionais e nele trabalham e se aperfeiçoam
Historiadores, Filósofos, Arqueólogos, Geógrafos, Biólogos, Engenheiros,
Arquitetos, Jornalistas e Educadores das mais diversas áreas.
O engenho
pode fornecer "provas materiais" do início do primeiro projeto de
colonização oficial do Brasil, a cargo de Martim Afonso de Sousa.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Católica de
Santos pretendem juntar aos textos objetos que documentam a vida
cotidiana e o trabalho dos primeiros senhores de engenho do país.
O terreno do engenho foi tombado em 1974 pelo Condephaat (Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do
Estado de São Paulo). Apenas em 1996 começaram os trabalhos de
prospecção das ruínas.
O engenho foi batizado como engenho de São Jorge dos Erasmos depois de
ter sido adquirido pela empresa Erasmo Schetz e Filhos. Erasmo Schetz,
banqueiro e proprietário de navios em Amsterdã, comprou as partes de
cada um dos sócios em 1544 e tornou-se o único proprietário do engenho.
O período áureo do engenho de São Jorge dos Erasmos teria ocorrido sob a
administração dos Schetz, que, de acordo com documentos históricos,
manteve a produção de açúcar no local pelo menos até 1580.
No início do século 17, o engenho começou a sofrer os efeitos da
decadência da cultura do açúcar no país. Por volta de 1615, a edificação
teria sido destruída por um incêndio provocado pelo pirata holandês
Joris Spilbergen.
O engenho é considerado o único no Brasil, e talvez, no mundo, em estilo
açoriano (dos Açores), onde os portugueses desenvolveram a indústria
açucareira. Segundo relatório de 1966 do arquiteto Luís Saia, a
característica açoriana do engenho é dada pela construção aglutinada,
com todas as instalações sob um mesmo teto. Os engenhos nordestinos,
posteriores ao dos Erasmos, tinham edificações separadas para cada
função, estilo próprio dos engenhos brasileiros.
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